sábado, 23 de abril de 2011

LEITURAS SEM SENTIDO

Lua Nova, 03 de Abril de 2011


Adoro ler! Sinceramente, não me importo muito com o que leio... Claro que o facto de gostar do que estou a ler diferentes resultados e certas pessoas sabem disso.
A minha literatura preferida é prosa. - não sou muito fã de poemas, embora haja alguns de que goste... Prosa essa que, de preferência, inclua alguma misticidade (magia, anjos, vampiros, demónios, dragões...), drama e romance. Livros de terror, mistério, policiais e romances históricos também são muito importantes...
Não consigo referenciar livros preferidos. A sério! Cada um me marcou de maneira diferente e não consigo colocá-los numa hierarquia sem me sentir culpada ou estar constantemente a trocá-los de um lado para outro. Não, não gosto de tudo o que li... Mas dos que gosto, não têm nenhuma ordem preferencial.
Quando olho para as estantes e prateleiras ocupadas pelos meus livros só penso: preciso de mais uma. Mesmo não tendo a livraria que gostaria de ter, ainda consigo ter livros espalhados pela secretária e pelo banco. "Porque é que não sacas alguns e-books?" Bem... Para além de não querer incentivar à pirataria *cough cough* detesto ler livros nos computadores! Para mim, nada substitui o prazer indescritível de ler um livro. - desculpem árvores sacrificadas devido à utilização de papel. O cheiro do papel, o som do folhear, o próprio acto de folhear e o facto de o levar para onde quiser, sem correr o risco de ficar sem bateria e não haver tomadas.
Acho correcto dizer que sou uma leitora um pouco compulsiva. A maior parte do tempo não leio, porque preciso de me concentrar, nomeadamente, nas aulas. Mas quando leio, leio... Não faço muito para além de ler, a não ser que me obriguem a parar - normalmente, aos gritos para ir comer. Alguém uma vez disse «Quando começo a ler, deixo tudo... Não o livro, mas o que me rodeia». É exactamente isso que me acontece! Quando leio algum livro de que gosto entro numa espécie de transe em que tudo o que me rodeia desvanece e só existo eu, o livro e a minha imaginação a correr a mil-à-hora. Entro dentro da história e consigo ver claramente o que se passa em redor dos personagens e com os personagens! Na verdade, é quase como se fosse um deles... Nesses momentos é que pode a casa ir abaixo que eu, provavelmente, nem dava conta: passo folhas e folhas sem me dar conta do tempo passar e não me importo com isso. O problema é que o resto do mundo se importa... Principalmente, se estão à minha espera! Quando tenho de interromper esse transe a que chamam leitura, não faço outra coisa se não pensar na história no que já li, como irá terminar e no que gostaria que acontecesse depois do final do livro - quase, quase como uma obsessão...
Quando penso em como gostaria de ler alguma coisa nova - porque muitas vezes durante o tempo de aulas só re-leio para não ficar muito obcecada pela história, que mesmo assim continua tão excitante como na primeira leitura - um dos pensamentos seguinte é, quase sempre, o quão deprimente deve ser o analfabetismo. Pessoas que nunca tiveram a possibilidade de ler um livro. Pessoas que nunca tiveram a hipótese de chegar a casa, pegar num livro, abri-lo e ver alguma coisa para além de caracteres indecifráveis. Pessoas que, provavelmente, nunca conseguiram libertar-se deste mundo e entrar noutros tão mágicos e diferentes.
Ver um filme adaptado de um livro é o equivalente a ver o que outros leram... Há pessoas que nunca tiveram a possibilidade de ler e "fazer" o seu próprio filme. Isso deprime-me... Maioritariamente, por saber que não há ninguém que lhe leia algum livro.
Quando era mais nova nunca ninguém me leu histórias, porque, sinceramente, ninguém em minha casa gostava muito de ler... Se queria saber o que era cada letra, como é que se liam certas letras juntas ou o que significavam certas palavra tinha que andar a perguntar: acabei por aprender a ler mais cedo! Lembro-me claramente de andar com livros de BD do Mickey, pato Donald, tio Patinhas, etc. a perguntar coisas dessas aos meus avós. Mal aprendi a ler razoavelmente bem - ou seja sem fazer perguntas a ninguém - não me lembro de ter parado de ler.
Sempre que leio tenho a oportunidade de sair deste mundo de preocupações e entrar num que, dado os meus gostos, nunca poderia conhecer na realidade. Mas é para isso que existe a ficção! Para nos fazer sair de nós e ser outra pessoa, dar-nos um novo sentido à vida e desenvolver a nossa imaginação.
É uma daquelas coisas que adoro fazer. Se me impedissem de ler, estariam a impedir-me de viver - ou, no mínimo, a tirar-me o prazer de o fazer.

2 comentários:

Anônimo disse...

por acaso tenho alguns livros no pc... mas foram só coisas que arranjei porque n tinha a certeza que ia gostar e pronto... mas os de Stephen King hei-de comprar, nem que me leve à falência.

Presumo que isto seja do teu ponto de vista... parece-me que sim xP e neste aspecto somos iguaizinhas... enfim.

tenho é saudades de ler *kicks college*

A.M. disse...

Same here... Same here.